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domingo, 11 de maio de 2014

Nos perdoem a nossa ausência...


Somos tripulantes.
Nossa profissão é linda. Tem mistério, charme, crendices.
Mas é o nosso trabalho.
Trabalhamos muito. Muitas horas. Desde o início, quando optamos ser tripulantes, iniciamos em uma jornada de muito estudo e dedicação. Existem diferentes cobranças entre tripulante técnicos (pilotos) e tripulantes comerciais (comissários de voo). Cada um demanda uma exigência. Mas somos cobrados em tempo integral sobre esta carreira que assumimos.



Ser tripulante exige mais de nós do que nós poderíamos imaginar.
A parte técnica: os estudos, provas, etapas, credenciamentos, habilitações... são pesadas. Mas não imaginávamos, lá no começo de nossa carreira o quanto esta decisão pesaria em nossas vidas.
Pelo princípio: amamos o que fazemos. Impossível não amar. Quem não ama, não está aqui, não pode voar. Só é capaz de abraçar esta profissão quem, por paixão, vício ou insanidade, abre mão de um pouco de si, para desbravar os céus deste mundo afora.

É preciso muito amor para descobrir, com o passar do tempo, que você deixa sua vida um pouco para trás, em prol de levar outras vidas para frente.
Vivemos o deslocamento dos outros, seus sonhos, trabalho ou viagens, enquanto, os nossos próprios, normalmente, estão em um ponto único, saudosos e com cotidiano regular: nosso lar.

Vivemos, com o passar dos anos, muitas emoções que uma profissão regular não poderia oferecer. Conhecemos o mundo, temperaturas, lugares, comidas, pessoas sensacionais. Definitivamente, o maior encanto desta profissão é conhecer pessoas, fazer novos amigos, descobrir outras histórias.
Vivemos a cada voo, um círculo de amizade diferente... Alguns se tornam vínculo para uma vida inteira. Outros, apenas aquela jornada mais feliz. Mas, cada um, com sua devida importância... A qual valorizamos.

Porém, como já dito em outro parágrafo, o maior pesar desta profissão é não poder participar do que de nós é mais importante: nossa família/amigos.
Perdemos, inúmeras vezes, momentos de suma importância, por precisarmos trabalhar.
Isso não é uma queixa. É uma constatação.
Pode ser que, nossa presença até exista, mas o cansaço do nosso trabalho (a pressurização, jet leg, noites não dormidas, alimentação inadequada) afetem nossos compromissos 'terrenos'. E algumas pessoas podem confundir com desinteresse.

Sofremos, além de todas as consequências por sermos tripulantes, alguns pre conceitos, de uma profissão com um pseudo glamour.

Profissão que já exige nossa ausência em nossos lares, e que acaba, por algumas vezes, nos afastando de amigos e pessoas queridas que se cansam de nossa ausência.

Entendemos que repetidas vezes faltamos a encontros, onde somos convidados com muito carinho, porém, outras tantas vezes, nossa falta em tal compromisso é devido ao trabalho, ou ao cansaço que ele gera.

Entre tantas outras habilidades que desenvolvemos, aprendemos a amar à distancia. E a julgar menos as dificuldades que a vida propõe.
E, em nosso intimo, não desistimos de amigos que pouco vemos...

Nós sentimos falta de tantos, tantas pessoas importantes que não podemos estar perto. E sofremos pela distância que nosso compromisso profissional exige.

E então, aprendemos a ficar sozinhos. E para isso, temos que cuidar de nossa saúde (mental e física), do coração e do espírito.

Então, ao final de nossa jornada, quando chegamos ao destino, aprendemos a acrescentar uma importante frase em nossas orações:

"Pelo seu amor Pai, permita que não desistam de minha amizade. E me perdoem por minha ausência.
Amém."

Mariani Lazari

sábado, 29 de março de 2014

quinta-feira, 27 de março de 2014

Ventinho de través...

Impressionante estas imagens captadas no Aeroporto de Birmingham, na Inglaterra, onde as condições do clima com ventos muito fortes dificultam a vida dos pilotos de avião, fazendo com que seja necessário desafiar as leis da física para conseguir pousar com segurança. Para estes pilotos GRAVIDADE é uma palavra que não vem no dicionário!

domingo, 16 de março de 2014